BABALORIXÁ

Vilson Caetano de Sousa Júnior nasceu no dia 11 de setembro de 1972, na cidade de Valença, interior do Estado da Bahia, e foi iniciado na cidade de São Paulo, no início dos anos de 1990, no Axé Ilê Obá  pela Iyalorixá Sylvia de Oxalá, onde passou a ser conhecido pelo nome de Júnior de Oxoguiã. Bacharel em Filosofia, cursou Teologia na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção em São Paulo. No ano de 1998, concluiu o Mestrado em Ciências Sociais na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; e três anos depois, o Doutorado em Ciências Sociais na mesma instituição. Pós-doutor em Antropologia pela Universidade Júlio Mesquita (UNESP). A partir do ano de 1996, deu continuidade às suas obrigações com o Babalorixá Air de Oxoguiã na cidade de Salvador e retornou definitivamente para a Bahia no ano 2000. Com o falecimento de sua tia consanguínea, Naziozete Aleluia Bueno, no ano de 2001, Vilson Caetano ficou à frente do Ilê Axé Ori Torokê, juntamente com Celidalva de Iansã, filha da casa mais antiga, fundada na cidade de Valença nos finais dos anos de 1970.

Mãe Nazi, como era conhecida, foi iniciada para Ogum na cidade de Valença, em meados da década de 1970, por Mãe Elmira de Oxoguiã. Mãe Elmira tinha casa de Candomblé no Beiru, atual bairro de Tancredo Neves. Filha do Engenho Velho, era chamada carinhosamente de Papai Ermira. A obrigação de cuidar dos Orixás foi transmitida à Mãe Nazi pela sua mãe, Maria Aleluia, que, também como ela, foi operária da Fábrica Têxtil Companhia Valença Industrial. A sua mãe faleceu jovem e não teve tempo de ser iniciada para Iansã, mas Oyá permaneceu na família e pediu para ser cuidada. Este é um dos motivos pelo qual a transmissão do Axé na Casa do Rei e Senhor das Alturas é consanguínea. A fundação do Ilê Obá L´Okê é a continuidade do Axé de Oyá e Ogum mantidos no Ilê Axé Ori Torokê, na cidade de Valença, onde foram plantados.

Vilson Caetano de Sousa Júnior é professor da Escola de Nutrição e do Programa de Pós Graduação em Antropologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia. Desenvolve pesquisas na área de populações afro-brasileiras e possui vários trabalhos relacionados às comunidades e povos tradicionais. É autor de vários livros, dentre eles: Banquete Sagrado, notas sobre os de comer em terreiros de candomblé; Corujebó, candomblé e polícia de costumes (1938 a 1976); e Ijexá, o povo das águas.